Grupo Educadores Ambientais Sem Fronteiras (GEASF)
Em homenagem ao Dia Internacional do Voluntário (05/12) o exemplo do GRUPO EDUCADORES AMBIENTAIS SEM FRONTEIRAS (GEASF) em artigo escrito por Patrícia Ortelhado para a revista Aguapé nº18.
Na Fronteira do Brasil com o Paraguai, nas cidades-gêmeas Bela Vista/BR e Bella Vista Norte/PY, os dois povos que habitam essa biorregião uniram-se em um coletivo que tem a missão de levar a educação ambiental transfronteiriça para seus territórios. O tema gerador que une o coletivo é a Bacia Hidrográfica do Rio
Apa. E esse coletivo é identificado como Grupo de Educadores Ambientais Sem Fronteiras (GEASF).
Biorregião porque aqui a vida pulsa de uma maneira única, diferente. Somos fronteira, que primeiro une ao invés de separar. Une no sentindo que compreendemos que nossas maiores riquezas não permitem divisões físicas, geográficas.
Desde o seu nascimento, registrado em ata o dia 10 de julho de 2010, o GEASF já percorreu os dois âmbitos da educação: o formal e o não formal. O Percurso do GEASF inicia-se dentro de uma instituição escolar. Surgiu como uma resposta à instigação vivenciada nas oficinas do Projeto “Fortalecimento das Políticas de Educação Ambiental para o Pantanal: o caso da Bacia Transfronteiriça do Rio Apa,” realizado pela ONG Mupan e Rede Aguapé, com o apoio do Comitê Holandês - Ecosystem Alliance, e da National Committee of The Netherlands (IUCN NL), pois no encerramento do Projeto, realizado em maio de 2010, as escolas envolvidas teriam que apresentar uma ação socioambiental no contexto escolar. Juntos, educadores brasileiros e paraguaios, formataram o “Projeto Pedagógico: Rio Apa – Unindo dois povos”, apresentando no encontro em Ponta Porã/MS.
A partir desse Encontro de apresentação da proposta pedagógica em Ponta Porã, o entusiasmo do Grupo em colocar em prática a proposta ganhou cada vez mais asas. E com orientações e supervisões da presidente da ONG Mupan, Áurea da Silva Garcia, foi possível conseguir apoio financeiro para executá-lo e iniciar uma trajetória de aprendizados e conquistas. E nos anos de 2010 e 2011 a proposta foi executada nas escolas brasileiras: Clóvis Marcelino de Oliveira, São Clemente e Barra do Itá; e nas escolas paraguaias: Nossa Senhora do Perpetuo Socorro, Maria Auxiliadora e General Marcial Samaniego. Em 2011 o coletivo criou o seu símbolo, como identidade, e que retrata a união de dois povos pela bandeira de cada país, a cuia do tereré como nossa cultura que se entrelaça na fronteira, e o rio que nos une em torno dos objetivos socioambientais locais e globais.
E nos espaços não-formais de educação o caminhar do GEASF iniciou em 2012 quando o Grupo já era conhecido nos dois territórios fronteiriços.
A mobilização com a juventude ganhou força e passa a se identificar com as ações e propósitos do Grupo. Ao decorrer novos membros vão se agregando, e o GEASF participa com representantes jovens em importantes eventos, como: Cúpula dos Povos (Rio de Janeiro/2012) e Rede Cerrado (Brasília).
Em setembro de 2012, no dia 28 e 29 o GEASF em parceria com a Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), curso de Gestão Ambiental e com a ONG Mupan, realizam o evento científico de lançamento da Revista Aguapé edição n.º 15, que retratava a ação do GEASF pelos espaços formais. No dia 29 aconteceu o “I Pedala Fronteira”, evento onde após mobilização saíram 45 pessoas de nacionalidade brasileira, entre crianças, jovens e adultos da frente do paço municipal para atravessarem a fronteira e estar participando de um dia dedicado a questões socioambientais. Encontraram na ponte do Rio Apa com mais 50 pessoas de nacionalidade paraguaia para passarem o dia juntos, agindo, dialogando e aprendendo uns com o outro. Estiveram presentes alunos de várias escolas, tanto públicas como privadas de Bela Vista, além de acadêmicos e professores da UFGD.
Para manter essa sinergia inicial, em 2013 o GEASF se rearticulou e formulou um Plano de Ação. Nesse plano consta o portfólio de ações, e no eixo Atividades Pedagógicas para o trabalho com Educação Ambiental e Mobilização de novos Protagonistas, podemos identificar ações como: Pedala Fronteira; Diálogos de Jovens da Fronteira: um encontro Intergeracional; Projeto Educar para Reciclar executado nos Bairros; concurso de cartas e cartazes com o tema Rio Apa nas escolas; Projetos de EA nos espaços escolares; Trabalho com o tema Resíduos Sólidos, incentivando a coleta seletiva.
O GEASF é um coletivo educador preocupado com as questões socioambientais de um contexto fronteiriço, que busca fazer e levar educação ambiental transfronteiriça mediatizados pelo símbolo maior que os unem: o rio Apa. O Coletivo é demarcado por este pertencimento: o de fronteira.