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Poluição pode afetar o cérebro humano, diz pesquisa


Pela primeira vez, estudo encontrou partículas de poluição no cérebro. Brasileiro produz sete toneladas de gases de efeito estufa por ano.

Cientistas já sabiam que a poluição pode provocar problemas no pulmão e no coração. Agora, um estudo britânico encontrou, pela primeira vez, partículas de poluição no cérebro humano.

Os cientistas já sabiam que a poluição pode provocar problemas no pulmão e no coração. Agora, um estudo britânico encontrou, pela primeira vez, partículas de poluição no cérebro humano. A pesquisa é da Universidade de Lancaster e foi publicada em uma renomada revista científica. Não é de hoje que cientistas pesquisam o impacto da poluição do ar na saúde. Além de dificuldades respiratórias e problemas cardíacos, a poluição causa mais de três milhões de mortes prematuras todos os anos, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Agora, um novo estudo apresenta as primeiras provas científicas de que as minúsculas partículas de poluição conseguem chegar, também, ao cérebro humano. Uma descoberta preocupante, mas ainda em estágio inicial.

A equipe de pesquisadores analisou o tecido cerebral de 37 pessoas que viveram e morreram em duas cidades consideradas muito poluídas: Cidade do México e Manchester, na Inglaterra. Os pesquisadores constataram a presença de milhões de partículas de poluição nas células cerebrais, ou seja, milhões de oportunidades de provocar danos.

Segundo a cientista que liderou o estudo, Barbara Maher, a toxicidade dessas partículas, compostas de um óxido de ferro chamado magnetita, pode causar ou acelerar doenças neurodegenerativas, como, por exemplo, o mal de Alzheimer. Outros cientistas recomendam cautela porque novos estudos ainda são necessários para comprovar essa relação.

Efeito estufa no Brasil

Um estudo divulgado pelo Observatório do Clima, nessa terça-feira (6), mostra que cada brasileiro produz sete toneladas de gases de efeito estufa por ano. Estamos na média mundial, o problema é que ainda tem estados com médias elevadas.

O efeito estufa é um processo natural, em que os raios infravermelhos emitidos pela superfície da Terra mantêm o planeta aquecido, sem quedas bruscas de temperatura à noite. O problema é que certos gases produzidos em grandes quantidades pelo homem absorvem e retém na atmosfera uma quantidade excessiva dessa radiação, impedindo que ela se dissipe no espaço. É o que provocaria um aumento na temperatura média, o chamado aquecimento global.

Quando se fala em emissão de gases, logo se pensa na poluição de grandes cidades, como São Paulo, causada pelos veículos. O transporte, aliado à produção de eletricidade com queima de combustíveis, é mesmo um dos principais fatores de gases de efeito estufa, mas não o principal no Brasil.

O desmatamento foi responsável por 42% das emissões em 2014, mesmo tendo sido reduzido em 80% desde 2005. Como destaques negativos aparecem Pará e Mato Grosso. “Houve uma redução considerável na taxa anual de destruição de florestas da Amazônia, mas a gente ainda continua destruindo bastante”, afirma Carlos Rittl, secretário executivo do Observatório do Clima.

Transportes e energia vem em segundo lugar, com 26%. Aí tem importância São Paulo e Minas Gerais, que também contribui para o terceiro fator de emissões, a agropecuária, que representa 23% do total. A causa, nesse caso, é o processo digestivo do gado. Os 9% restantes se distribuem entre processos industriais e geração de resíduos, como lixo e esgoto.

De todos esses fatores, só o desmatamento tem se mantido relativamente estável nos últimos cinco anos. Todos os outros seguem crescendo, ainda que em taxas pequenas. No geral, as emissões brasileiras caíram de 2,7 bilhões de toneladas, em 2005, para 1,6 bilhão em 2014.

Devemos atingir a meta prevista para 2030 nos compromissos internacionais, 1,2 milhões de toneladas, mas o Brasil poderia fazer mais e chegar a pouco mais de 1 bilhão de toneladas, avalia o Observatório do Clima. “As metas brasileiras anunciadas no ano passado, se nós cumprirmos com as ações de redução de desmatamento, restauração de floresta, recuperação de pastagens para produção agrícola e pecuária, aumento da participação de fontes renováveis de energia para nossa matriz, a gente chegaria num patamar projetando-se para a promessa brasileira, que é menor inclusive do que a promessa brasileira”, explica Carlos Rittl.

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